Há uma certa arrogância num blogue sobre doutrina económica. Especialmente quando autores desse blogue não são licenciados em Economia - aliás, nem sequer frequentam o curso. O Distributismo tem sido atacado por esse prisma um pouco por todo o Mundo - é uma teoria demasiado querida por filósofos, historiadores, juristas, engenheiros, etc. Isso explica-se facilmente: a ideia de uma doutrina económica sustentada nos valores da Igreja atrai vários tipos de pensadores. O Distributismo pugna por valores sociais e isto é especialmente importante para os católicos que vêem com clareza o desabar das antigas instituições ocidentais e o desmoronamento do nosso edifício moral.
O desaparecimento da Família afecta especialmente a nossa comunidade - as famílias cada vez menos têm hipótese de se sustentarem autonomamente, recorrendo cada vez mais ao endividamento. A propriedade familiar torna-se, frequentemente, num espólio desprezado e tido como empecilho. A família já não se desenvolve organicamente: a educação dos mais novos é entregue completamente a estranhos ou ao Estado, sucedem-se os casos de vários empregos por pessoa no seio da família nuclear. Quando as prioridades dos pais não estão obsessivamente ligadas ao bem-estar, então estão toldadas pela Providência Social, as famílias deixam de ser locais de aprendizagem e exemplo, uma vez que os próprios pais são sustentados de forma irresponsável pelo Estado Social.
Fora da esfera familiar, base da sociedade, as coisas não funcionam de todo melhor, tal como seria de esperar. Tal como se desagregam as raízes, desagregam-se os vínculos e os hábitos sociais. Já não encontramos produtores regionais, nem empresas familiares: tudo foi engolido pela ganância infinita daqueles que, usando da sua influência política e da Força Pública, subsidiada pelos seus dinheiros, destruíram os compromissos entre os Estados e os ofícios. Deixamos de ter aldeias de artesãos e agricultores, cidades artífices e mestres, para as povoarmos com Consumidores.
O Distributismo é mais do que a hipótese de uma terceira via. Ao longo dos futuros textos deste blogue, esta equipa vai procurar ensinar aos seus leitores que tanto o Liberalismo como o Socialismo são filhos da mesma falácia sectarista. No fundo, a hipótese que propomos é uma restauração histórica feita em nome das nossas Gentes e da nossa Cultura, pelo menos enquanto ambas mostrarem ainda sinais de existirem.
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