Por Thomas Storck
"Na Idade Média as corporações profissionais, exemplo perfeito das instituições católicas, frequentemente limitavam a quantidade de propriedade que cada dono/trabalhador podia ter (por exemplo, limitando o número de empregados), precisamente no interesse de evitar que alguém expandisse demasiado o seu negócio levando outros à falência. Porque se a propriedade privada tem um objectivo, como Aristóteles e São Tomás diriam, ele é assegurar que cada homem e a sua família possam levar uma vida digna, servindo a sociedade. Uma vida digna, e não duas ou três. Se o meu negócio me permite sustentar-me a mim e à minha família, então que direito tenho de o expandir, privando outros do meio de se sustentarem e às suas famílias? Pois os medievais viam aqueles que se dedicavam à mesma actividade, não como rivais ou competidores, mas como irmãos empenhados no importante trabalho de providenciar ao público bens e serviços necessários. E como irmãos uniam-se nas corporações, tinham padres para rezarem pelos seus mortos, apoiavam as viúvas e órfãos, e de modo geral olhavam pelo bem-estar uns dos outros. Quem é que não é capaz de admitir que esta concepção de sistema económico é mais conforme à fé Católica do que a ética selvagem do capitalismo?"
Se hoje em dia não podemos ter uma visão tão limitada do empreendedorismo, quem nos diz que boas soluções não podem ser retiradas deste esquema? Numa sociedade em que as profissões se protegessem, seria necessário dotar o cidadão da responsabilidade de se abrigar no seio da sua corporação profissional ou prosseguir desassociado dela, plenamente consciente dos seus riscos. Cidadãos conscientes e responsáveis, autonomia e espírito de comunidade - em vez da acção cruel do Estado Social, engolindo tudo à sua passagem e escravizando trabalhadores e empresários à sua passagem.
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